Entenda por que os desejos de gravidez acontecem e como lidar com eles

Os desejos de gravidez são uma experiência comum para a maioria das mulheres. Isso acontece porque, durante a gestação, o corpo passa por grandes alterações hormonais, que podem influenciar o paladar, o olfato e até o emocional.

Mas será que todo desejo precisa ser atendido? E quando a vontade por certos alimentos pode representar um risco? Comer com moderação e optar por versões mais saudáveis dos desejos mais intensos pode fazer toda a diferença.

Afinal, cuidar da alimentação é essencial, tanto para a mãe quanto para o bebê. Quer saber mais sobre o assunto? Continue acompanhando e aprenda!

Quando os desejos na gravidez começam?

Muitas mulheres começam a notar os desejos no primeiro trimestre, mas é mais comum que eles se intensifiquem no segundo trimestre, quando os hormônios já estão estabilizados e o corpo se adapta às mudanças da gestação.

A intensidade e a frequência variam entre as gestantes – algumas sentem vontades mais brandas, enquanto outras relatam desejos intensos e incomuns. O olfato e o paladar podem ficar mais sensíveis, levando a um aumento da vontade por alguns sabores específicos e até mesmo rejeição a alimentos que antes eram favoritos.

Do ponto de vista psicológico, a gravidez é um período de grandes transformações emocionais. Ansiedades relacionadas à maternidade, mudanças na autoimagem e até mesmo influências culturais podem desempenhar um papel nos desejos alimentares.

Como saber se é desejo ou apenas vontade?

Em geral, o desejo surge repentinamente, pode ser muito específico (como uma marca ou sabor exato) e persiste até ser atendido. Algumas gestantes chegam a sonhar com o alimento ou sentir água na boca ao pensar nele.

Já a vontade comum é mais branda e pode ser facilmente substituída por outros alimentos. Se a gestante não conseguir comer o que deseja, ela não sentirá um incômodo tão grande.

Se os desejos forem muito frequentes ou estiverem interferindo na alimentação equilibrada, é importante avaliar com um profissional de saúde para evitar exageros e garantir uma nutrição adequada.

Tipos mais comuns de desejos entre gestantes brasileiras

No Brasil, as gestantes relatam uma variedade de desejos alimentares. Alguns dos mais comuns incluem:

• Doces: chocolates, bolos e sobremesas diversas;
• Frutas: manga, melancia e abacaxi são frequentemente desejados por seu sabor refrescante;
• Comidas salgadas: salgadinhos, queijos e pratos temperados;
• Combinações inusitadas: misturas como arroz com iogurte ou abacate com mostarda.

Saiba mais: Nutrição na Gestação - Videocast.

Quais os riscos potenciais de ceder a certos desejos?

Embora atender aos desejos alimentares possa proporcionar satisfação momentânea, é essencial considerar a segurança e o valor nutricional dos alimentos escolhidos.

Alguns desejos podem envolver alimentos que não são recomendados durante a gravidez, como alimentos crus ou malcozidos (sushi, carnes mal passadas e ovos crus), que podem conter bactérias ou parasitas prejudiciais.

Queijos não pasteurizados podem conter Listeria, uma bactéria perigosa para gestantes. A cafeína em excesso também é arriscado. Seu consumo elevado, bem como o de chás ou refrigerantes, pode afetar o desenvolvimento fetal.

Além disso, algumas gestantes desenvolvem um desejo incomum de comer substâncias como gelo, terra, barro, giz ou sabão.

Esse fenômeno, chamado de PICA (ou alotriofagia), pode indicar uma deficiência nutricional, como falta de ferro ou zinco. Se esse tipo de desejo surgir, é essencial procurar um médico.

Dicas para satisfazer os desejos de forma nutritiva

Faça substituições inteligentes. Se o desejo for por algo doce, opte por frutas frescas ou secas. Para vontades de alimentos salgados, escolher castanhas sem sal ou pipoca caseira.

Aposte na moderação. Permitir-se pequenas porções do alimento desejado pode evitar sentimentos de privação e prevenir excessos.

Tenha horários regulares de alimentação, a fim de equilibrá-las ao longo do dia e controlar os desejos intensos. E, não se pode esquecer da hidratação; beber água regularmente é fundamental, pois muitas vezes a sensação de sede pode ser confundida com fome.

Leia mais: Gengibre e os benefícios para a gravidez.

Mitos e verdades sobre desejos na gravidez

A gravidez é cercada por diversas crenças populares relacionadas aos desejos alimentares. Vamos esclarecer algumas delas:

Mito 1

“Se a gestante não satisfizer um desejo, o bebê nascerá com uma marca de nascença.”. A verdade é que não há evidências científicas que sustentem essa afirmação.

Marcas de nascença são geralmente resultado de fatores genéticos ou de desenvolvimento e não estão relacionadas aos desejos não atendidos da mãe.

Mito 2

"Desejos por alimentos azedos indicam que o bebê será menino.". Na realidade, não há base científica para correlacionar o tipo de desejo alimentar com o sexo do bebê.

Mito 3

"Desejar alimentos específicos significa que o corpo está sinalizando uma deficiência nutricional.". Embora algumas deficiências possam influenciar os desejos, nem todos os desejos estão ligados a necessidades nutricionais. Fatores emocionais e culturais também desempenham um papel significativo.

Conclusão

Os desejos de gravidez surgem devido a uma combinação de fatores hormonais, emocionais e culturais e, na maioria dos casos, não representam riscos para a saúde.

No entanto, é importante ter atenção a certos desejos que podem indicar deficiências nutricionais ou envolver alimentos que não são seguros para gestantes.

Por isso, manter uma alimentação equilibrada, respeitar os sinais do corpo e buscar alternativas saudáveis para atender aos desejos são as melhores estratégias para uma gestação tranquila e saudável.

Gostou deste conteúdo? Então, confira tudo sobre Obesidade na gravidez: principais deficiências nutricionais!

As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações personalizadas.