Prolapso de cordão umbilical: como lidar?
Entenda o que é o prolapso de cordão umbilical, as causas e sintomas dessa emergência obstétrica e a importância de um diagnóstico rápido.
O prolapso de cordão umbilical é um caso raro e grave de emergência obstétrica, que acontece quando o cordão umbilical se desloca para a frente do feto durante ou após a ruptura das membranas amnióticas.
Esse acontecimento pode comprimir o cordão umbilical, comprometendo o fluxo sanguíneo e a oxigenação do feto, o que pode levar a sérias complicações, incluindo sofrimento fetal e até morte.
No texto abaixo, vamos explicar o que é o prolapso de cordão, discutindo suas causas, sintomas e as intervenções necessárias para lidar com essa emergência.
Boa leitura!
O que é o prolapso de cordão?
Quando o cordão umbilical se projeta através do colo do útero antes ou durante o parto, dizemos que aconteceu o prolapso de cordão umbilical, representando uma emergência obstétrica.
O prolapso de cordão pode ser classificado como “oculto”, quando o cordão não é visível externamente, ou “evidente”, quando se projeta para fora da vagina. O prolapso pode comprimir o cordão umbilical, comprometendo o fluxo sanguíneo e a oxigenação do feto.
Tipos de prolapso de cordão
- Prolapso Oculto: quando o cordão umbilical está comprimido entre a cabeça, ombros ou nádegas do feto e o colo do útero, sem ser visível externamente. Este tipo geralmente é diagnosticado através de alterações na frequência cardíaca fetal, como bradicardia ou desacelerações variáveis, que indicam compressão do cordão.
- Prolapso Evidente: quando o cordão umbilical se projeta para fora da vagina antes da apresentação fetal. Isso geralmente ocorre após a ruptura das membranas amnióticas.
Causas do prolapso
O prolapso de cordão umbilical pode ocorrer durante o trabalho de parto, sendo causado por diversos fatores, como:
- Apresentação Fetal Anômala: quando os bebês que estão em posições não ideais, existe uma maior probabilidade de acontecer o prolapso.
- Ruptura Prematura das Membranas: quando as membranas amnióticas se rompem antes do início do trabalho de parto, o cordão pode se deslocar, aumentando o risco de prolapso.
- Polidrâmnio: excesso de líquido amniótico permite maior movimentação do feto, que pode facilitar o deslocamento do cordão umbilical.
- Cordão Umbilical Longo: um cordão mais longo pode ser mais suscetível a prolapsos, pois tem mais espaço para se mover dentro da cavidade uterina.
- Intervenções Obstétricas: uma ruptura artificial das membranas ou manobras inadequadas durante o trabalho de parto podem aumentar o risco de prolapso do cordão.
- Gravidez múltipla: a gravidez múltipla pode resultar em maior espaço intrauterino e, consequentemente, aumentar a probabilidade de prolapso do cordão.
- Condições Maternas: obesidade e problemas de saúde que aumentam a pressão intra-abdominal também podem contribuir para o risco de prolapso.
Como identificar prolapso de cordão umbilical?
Um dos sinais mais evidentes do prolapso de cordão umbilical é a presença do cordão visível na vagina, especialmente após a ruptura das membranas amnióticas. Isso caracteriza o prolapso evidente.
No caso do prolapso oculto, que pode causar compressão do cordão, resultando em alterações nos padrões de frequência cardíaca fetal, ele pode ser identificado pela diminuição dos batimentos cardíacos do feto e flutuações súbitas na frequência cardíaca que indicam sofrimento fetal.
A mãe também pode relatar a sensação de algo pulsando ou se movendo no canal vaginal durante o trabalho de parto, indicando um possível prolapso, que também pode se apresentar em alguns casos, pelo sangramento vaginal.
Qual o principal risco do prolapso de cordão?
A compressão do cordão umbilical é o principal risco do prolapso, que pode levar a uma interrupção do fluxo sanguíneo e da oxigenação do feto. A falta de oxigênio pode causar danos cerebrais ou outras complicações graves para o feto.
Se não tratado rapidamente, o prolapso pode resultar em morte fetal ou complicações severas após o nascimento, como asfixia e problemas relacionados à prematuridade.
Importância de um diagnóstico rápido
A rapidez no diagnóstico do prolapso de cordão umbilical é essencial para minimizar os riscos associados e garantir um desfecho favorável para a gestação.
Profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais e sintomas durante o trabalho de parto para agir prontamente e proteger a saúde do bebê. Um diagnóstico rápido permite que os profissionais tomem medidas imediatas.
Em alguns casos, mudar a posição da mãe pode aliviar a pressão sobre o cordão. Se os padrões anormais de frequência cardíaca persistirem, uma cesárea pode ser necessária para garantir a segurança do feto.
Intervenções necessárias
Em caso de prolapso de cordão umbilical, as abordagens mais seguras, rápidas e eficientes, envolvem intervenções como:
- Monitoramento Fetal Contínuo: permite a detecção precoce de alterações que indicam compressão do cordão.
- Reposicionamento da Mãe: elevação manual da apresentação fetal (usando dois dedos ou uma mão na vagina) ou posicionamento em Trendelenburg (com a mãe deitada com os pés elevados) podem ser empregadas para ajudar na descompressão do cordão.
- Oxigenoterapia: administração de oxigênio à mãe através de uma máscara facial pode ajudar a aumentar o suprimento de oxigênio disponível para o feto.
- Cesariana de Emergência: é geralmente o tratamento preferido, especialmente em casos de prolapso evidente ou quando há sinais de sofrimento fetal. Essa intervenção alivia rapidamente a pressão no cordão umbilical.
- Amnioinfusão: envolve a introdução de líquido na cavidade amniótica para aumentar o volume e reduzir a pressão sobre o cordão.
Conclusão
Neste texto, foi possível compreender como o prolapso do cordão umbilical é um acontecimento perigoso durante o trabalho de parto e deve ser encarado como uma emergência.
Como vimos, durante o prolapso do cordão umbilical ele se move para frente do feto, podendo sair pela vagina e ser comprimido, impedindo a oxigenação adequada do bebê, gerando complicações graves que podem ser até fatais.
O prolapso pode acontecer por diversos motivos e geralmente é tratado através de uma cesária de emergência.
As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.
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