Pólipo endometrial: causas e tratamento!

O pólipo endometrial é uma condição ginecológica que se caracteriza pelo crescimento anormal de células no endométrio, o tecido que reveste o interior do útero.

Embora a maioria dos pólipos seja benigna, eles podem causar sintomas como sangramentos irregulares e, em alguns casos, complicações relacionadas à fertilidade.

Neste artigo iremos falar mais sobre o pólipo endometrial, abordando as causas e sintomas dessa condição, além de apontar as formas de diagnóstico e tratamento mais indicadas.

Boa leitura!

O que é pólipo endometrial?

O pólipo endometrial é uma condição ginecológica, na qual ocorre um crescimento anormal de células no endométrio, que é o nome dado à camada que reveste o interior do útero.

Esses pólipos possuem tamanhos variados e podem ser únicos ou múltiplos, sendo, na maioria das vezes, benignos, podendo causar sintomas como sangramentos menstruais irregulares e, em alguns casos, dificultar a fertilidade.

Geralmente, os pólipos se desenvolvem por fatores hormonais, genéticos e outras condições de saúde, como obesidade e síndrome dos ovários policísticos.

Faixa etária mais afetada pelo pólipo endometrial

A faixa etária mais afetada pelo pólipo endometrial é predominantemente entre 40 e 50 anos, período que antecede a menopausa.

Embora os pólipos possam ocorrer em mulheres de qualquer idade, a incidência é maior durante o climatério, fase de transição da mulher entre a fase reprodutiva e a pós-menopausa, quando as alterações hormonais são mais significativas.

Além disso, a prevalência de pólipos endometriais aumenta na pós-menopausa, afetando cerca de 20% das mulheres nessa fase. É importante observar que, com o avanço da idade, especialmente após os 65 anos, há um aumento na associação desses pólipos com tumores malignos, o que torna o monitoramento e o diagnóstico precoces ainda mais cruciais.

O que o pólipo endometrial pode causar?

O pólipo endometrial pode causar uma série de sintomas e complicações que afetam a saúde reprodutiva da mulher. Aqui estão os principais efeitos associados a essa condição:

• Sangramentos Irregulares: Um dos sintomas mais comuns do pólipo endometrial é o sangramento uterino anormal, que pode incluir aumento do fluxo menstrual, sangramentos fora do período menstrual regular, sangramento durante ou após relações sexuais e sangramentos após o término dos ciclos menstruais.
• Dor Pélvica: Algumas mulheres podem experimentar dor pélvica, especialmente durante o período menstrual, que pode ser acompanhada de cólicas mais intensas.
• Infertilidade: Os pólipos endometriais podem interferir na capacidade de engravidar, pois podem dificultar a implantação do embrião no endométrio, tornando-o menos receptivo, como também alterar a anatomia do útero, o que pode impedir o desenvolvimento adequado da gravidez e aumentar o risco de abortos espontâneos.
• Impacto Psicológico: Os sintomas físicos e as preocupações associadas à possibilidade de câncer podem causar ansiedade e estresse nas mulheres afetadas, impactando sua qualidade de vida.

O que acontece se não retirar os pólipos?

Além dos sintomas de sangramento e a possibilidade de infertilidade que já citamos, a presença dos pólipos endometriais pode representar risco de malignidade.

Embora a maioria dos pólipos endometriais seja benigna, existe um risco de ser uma lesão maligna, que varia de 0 a 4,8%, dependendo de fatores como a idade da paciente e a presença de sintomas como sangramento uterino anormal. Em mulheres pós-menopáusicas, esse risco é mais elevado, tornando a monitorização e o tratamento essenciais.

A presença de pólipos pode também desencadear processos inflamatórios no útero, o que pode dificultar o transporte dos espermatozoides até as tubas uterinas, prejudicando ainda mais as chances de concepção.

Relação entre pólipo endometrial e câncer

Como estamos destacando, a relação entre pólipos endometriais e câncer é um tópico importante na ginecologia, pois embora a maioria dos pólipos seja benigna, existe uma preocupação com o risco de malignidade associado a essas formações.

A chance de um pólipo endometrial se tornar maligno é geralmente baixa e depende de fatores como idade e sintomas. Em mulheres na pós-menopausa, a prevalência de malignidade pode aumentar, especialmente se houver sangramento anormal.

Vale destacar que, estudos recentes sugerem que os pólipos endometriais podem não ser precursores diretos do câncer, mas sim marcadores de risco, reforçando que a vigilância e o tratamento adequados são essenciais para prevenir complicações e garantir a saúde reprodutiva das mulheres.

Como diagnosticar o pólipo endometrial?

O diagnóstico do pólipo endometrial envolve uma combinação de métodos clínicos e exames de imagem.

• Histórico: O processo geralmente começa com a coleta do histórico clínico da paciente, incluindo sintomas como sangramentos menstruais irregulares ou dor pélvica. Um exame físico pode ser realizado, mas os pólipos frequentemente não são detectáveis nesse estágio.
• Ultrassonografia: A ultrassonografia transvaginal é o exame de primeira linha para avaliar a presença de pólipos endometriais. É recomendado que o exame seja realizado entre o 6° e o 12° dia do ciclo menstrual, antes da ovulação, para melhor visualização do endométrio.
• Histeroscopia: A histeroscopia é o método mais indicado para o diagnóstico de pólipos endometriais. Neste procedimento, uma câmera é inserida no útero através do colo do útero, permitindo a visualização direta da cavidade uterina.
• Histerossalpingografia: Este exame envolve a injeção de um contraste no útero para visualizar sua cavidade em raios-X. Embora útil, sua capacidade de detectar pólipos é moderada.
• Ressonância Magnética (RM): Em alguns casos, a RM pode ser utilizada para fornecer informações adicionais sobre a anatomia uterina.

Tratamento para pólipos endometriais

O tratamento para pólipos endometriais geralmente envolve a remoção cirúrgica, especialmente quando os pólipos são sintomáticos ou há preocupação com a possibilidade de malignidade.

Como apontamos, a histeroscopia é considerada o método padrão para o diagnóstico e tratamento de pólipos endometriais. Durante este procedimento, um histeroscópio (instrumento fino com uma câmera) é inserido na cavidade uterina, permitindo a visualização direta dos pólipos e sua remoção. Este procedimento pode ser realizado em ambiente ambulatorial e, em muitos casos, não requer cortes ou cicatrizes.

A polipectomia é outra possibilidade de procedimento, que envolve a remoção específica do pólipo e pode ser realizada durante a histeroscopia, sendo indicada para pólipos sintomáticos, especialmente aqueles que causam sangramentos anormais.

A curetagem uterina é outro procedimento, mais invasivo, que envolve a raspagem do revestimento uterino, incluindo a remoção dos pólipos. É geralmente realizado sob anestesia geral e pode ser indicado em casos de pólipos maiores ou quando há suspeita de câncer endometrial.

Em alguns casos, especialmente para pólipos pequenos e assintomáticos, pode-se considerar o uso de medicamentos hormonais, como contraceptivos orais ou progestinas, para controlar os sintomas e reduzir o crescimento dos pólipos.

Conclusão

Neste texto conhecemos mais detalhes sobre a condição ginecológica chamada de pólipo endometrial, quando as células do endométrio apresentam um crescimento anormal.

Como vimos, na maioria das vezes, os pólipos são benignos, podendo causar sintomas como sangramentos menstruais irregulares e, em alguns casos, dificultar a fertilidade. No entanto, em casos específicos, os pólipos podem se desenvolver com um risco de malignização.

Em todos os casos, reforçamos a importância da vigilância e o tratamento adequado para prevenir complicações e garantir a saúde reprodutiva das mulheres.

As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.