Burnout parental: como identificar e o que você pode fazer a respeito
Se você está exausto por causa das atividades da parentalidade, e está lutando para lidar com essas situações, você pode estar passando pelo que é conhecido como burnout parental. Saiba como identificar, tratar e prevenir essa complicação.
Sentindo-se sobrecarregado pela paternidade e sem recursos para lidar com isso? Você não está sozinho. É uma situação com a qual mães e pais de todo o mundo estão familiarizados. E, com o tempo, o resultado pode ter um efeito negativo sobre você e seus filhos na forma de burnout parental: ficar tão exausto física e emocionalmente que você sente que não pode enfrentar mais um dia de parentalidade. Mas quais são os sinais de burnout da mãe – ou burnout do pai? Qual é a diferença entre burnout e depressão? E como você pode tratá-lo ou preveni-lo? Descubra em nosso guia.
1. Burnout da mãe e burnout do pai: os riscos e pesquisas
Muitos fatores podem mudar o equilíbrio de ser um pai energizado, ou até mesmo cansado, para um que sofre de burnout parental. O que é estressante para você pode não ser o mesmo que para outro pai e vice-versa. Mas coisas como pressão para ser um pai “perfeito”, sentir-se isolado com crianças pequenas, falta de uma rede de apoio e fatores de estresse externos, como insegurança no emprego, podem aumentar a probabilidade de isso acontecer. Embora não seja um diagnóstico médico, o burnout parental é cada vez mais visto como uma condição significativa – e distinta da depressão – que pode afetar os pais. Além disso, é o complicador que vem atraindo mais pesquisas nos últimos anos.
2. Sintomas de burnout parental: o que ficar atento
De acordo com especialistas, existem 4 sinais principais que sugerem que você possa estar passando pela situação de burnout parental:
- Estar exausto a ponto de não lidar mais com isso – fisicamente (sentir-se cansado), emocionalmente (sentir-se sobrecarregado) e/ou cognitivamente (ser incapaz de pensar direito).
- Sentir-se tão sobrecarregado com a parentalidade que você não sente mais prazer com isso.
- Tornar-se emocionalmente distante ou “excluído” de seus próprios filhos, por exemplo, realizando rotinas diárias de cuidados infantis, mas com pouco interesse ou atenção às necessidades emocionais de seus filhos.
- Perceber que você não é mais o pai que costumava ser ou quer ser, o que pode levar a sentimentos de culpa ou vergonha.
É claro que todos os pais se identificarão com alguns desses sentimentos algumas vezes – a fadiga da mãe e a fadiga do pai não são novidade, especialmente nas primeiras semanas, meses e anos de vida de uma criança, quando a privação do sono e a montanha-russa dos desafios dos pais podem ter um custo emocional e físico. Mas se você está experimentando a maioria ou todos esses sinais de forma frequente e contínua, e com um alto nível de intensidade, talvez seja hora de tratá-los como sintomas de esgotamento da mamãe ou sintomas de esgotamento do papai, para o bem de sua vida pessoal e do bem-estar familiar.
3. Burnout vs Depressão: há uma diferença
Embora tanto o burnout parental quanto a depressão, ou depressão pós-parto, possam compartilhar sintomas como fadiga, sensação de incapacidade e retraimento emocional, eles não são iguais. A depressão afeta todas as áreas da vida (família, trabalho, pessoal), enquanto o esgotamento dos pais afeta apenas como uma mãe ou um pai se sentem em seus papeis – uma mãe que trabalha pode ter perdido o prazer de ser mãe, mas não de seu trabalho, por exemplo. Além disso, enquanto a depressão pós-parto ocorre durante o primeiro ano após o nascimento, o esgotamento parental pode surgir em um estágio posterior. No entanto, o burnout pode levar à depressão, e as mães com depressão pós-parto são mais propensas a desenvolver burnout. Portanto, se você está tendo problemas para lidar física e emocionalmente com suas responsabilidades da parentalidade, desde que teve um filho, converse com seu médico para obter conselhos sobre o melhor tratamento. Para saber mais sobre depressão pós-parto, consulte o nosso artigo sobre sinais de baby blues vs depressão pós-parto.
4. Como lidar, ou até prevenir, o burnout
O estresse parental surge com o trabalho de se tornar pai, mas o burnout não segue, necessariamente, a mesma lógica. Portanto, se você está se perguntando como lidar com o burnout, ou está preocupado com o esgotamento, a melhor coisa que você pode fazer é tentar corrigir esse desequilíbrio, melhorando seu gerenciamento do estresse. Obtenha apoio de familiares, amigos ou até de fontes pagas - seja pedindo a um membro da família para ajudar com os cuidados infantis para que você possa descansar um pouco ou contratando um limpador para ajudar com a carga doméstica. Falar sobre seus sentimentos também pode ajudar a aliviar o estresse, então conte com seu parceiro, amigo próximo ou terapeuta para obter apoio emocional. E por mais difícil que possa parecer às vezes, tente o seu melhor para reservar pequenos espaços de tempo para o autocuidado, como meditação, exercícios ou apenas sair para a natureza por um tempo. Tente também se reabastecer com sabedoria em termos de alimentação e sono. Ter uma dieta saudável e nutricionalmente equilibrada irá apoiá-lo nas exigências físicas de ser pai. Ademais, ter uma boa noite de sono, todas as noites, como prioridade aumentará seus níveis de energia e resiliência. E, por último, mas não menos importante, tente permanecer realista com suas expectativas parentais e coloque as representações das mídias sociais ou os ideais da sociedade sobre “parentalidade perfeita” fora mente. As boas notícias? Com suporte e tempo de recuperação suficientes, você deve se sentir mais como o pai que tem orgulho de ser. Quer mais ideias para cuidar de si mesmo depois do bebê? Confira nossas dicas de autocuidado pós-parto.
As dicas não substituem uma avaliação profissional. Não deixe de consultar o seu médico para obter orientações individualizadas.
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