Baby blues: quais os principais sintomas?
Apesar de terem muito em comum, o baby blues e a depressão pós-parto são transtornos diferentes e afetam a mãe de formas distintas!
A gravidez foi uma montanha russa de emoções. O positivo, a espera, a compra dos primeiros itens do enxoval, o chá de bebê, a barriga crescendo, a emoção das primeiras ultras e ouvir o coraçãozinho do bebê batendo mais forte dentro de você…
Até que o bebê nasce.
E tudo o que você pensou e esperou desse momento não acontece, e toda a magia da maternidade acaba virando um misto de vários sentimentos desconhecidos: o cansaço excessivo, a autocobrança, o vazio, a vontade de fugir ou a sensação de que perdeu sua identidade.
Se você se identificou com alguma dessas situações (ou com todas), você pode estar sofrendo um fenômeno chamado de baby blues, ou melancolia pós-parto.
Neste artigo, vamos explicar o que é essa condição emocional comum que afeta muitas mulheres nos primeiros dias após o parto, abordando as características do baby blues, suas causas e sintomas e a diferença entre baby blues e depressão pós-parto.
Boa leitura!
O que significa ter baby blues?
Baby blues é um termo que se refere a uma condição emocional que afeta muitas mulheres nos primeiros dias ou semanas após o nascimento do filho, representando uma fase que é marcada por sentimentos de tristeza, irritabilidade, choro fácil e alterações de humor.
O baby blues é considerado uma resposta normal às mudanças hormonais e emocionais que ocorrem após o nascimento do bebê, com sintomas que geralmente surgem entre 2 a 3 dias após o parto e tendem a desaparecer espontaneamente em até duas semanas.
Qual a diferença entre baby blues e puerpério?
O baby blues também é conhecido como tristeza puerperal ou melancolia da maternidade, e, como vimos, se refere à condição emocional comum que muitas mulheres experimentam nos primeiros dias após o parto.
Já o puerpério é todo o período que se inicia após o parto e se estende por aproximadamente seis semanas. Durante esse tempo, o corpo da mulher passa por várias mudanças físicas e emocionais enquanto se recupera do parto e se adapta à nova vida com o bebê.
É um período natural que envolve a recuperação física do parto, a involução do útero e as adaptações hormonais que ocorrem após a gravidez. Além das mudanças emocionais que podem ocorrer (como o baby blues), o puerpério também envolve aspectos físicos, como sangramento vaginal (loquiação), dor nas mamas e alterações hormonais.
A diferença entre depressão pós-parto e baby blues
Os dois transtornos têm sintomas tão semelhantes que fica difícil diferenciar o baby blues da depressão pós-parto.
A maioria das pessoas acredita que a diferença consiste na duração dos sintomas, mas na verdade, o que atravessa a linha tênue entre melancolia e depressão é a intensidade dos mesmos.
Se o baby blues costuma causar desesperança, por sua vez, a depressão pós-parto incide uma falta de vontade de viver.
Uma mãe que sofre de baby blues provavelmente conseguirá manter sua rotina diária, até mesmo de cuidados com os filhos, enquanto uma mãe em processo de depressão pós-parto dificilmente conseguirá seguir seus hábitos cotidianos.
Outro ponto é que o baby blues costuma durar cerca de 15 dias, já a depressão pós-parto pode se prolongar por meses.
Causas do baby blues
As causas do baby blues são multifatoriais e incluem:
- Alterações Hormonais: as mudanças hormonais abruptas que acontecem após o parto, podem afetar o humor da mulher, sendo acompanhadas pela queda nos níveis de estrogênio e progesterona, contribuindo para a instabilidade emocional.
- Mudanças Físicas e Psicológicas: o estresse físico do parto e a recuperação do corpo, juntamente com a nova responsabilidade de cuidar de um bebê, podem gerar sentimentos de sobrecarga.
- Privação de Sono: nas primeiras semanas após o nascimento do bebê a privação de sono é comum e pode agravar a irritabilidade e a tristeza pelo cansaço extremo, dificultando a capacidade de lidar com as novas demandas.
- Expectativas Sociais e Pressão Materna: as expectativas em torno da maternidade podem criar um conflito emocional, ampliado pela pressão social para as mães se sentirem felizes e realizadas após o parto.
- Fatores Contextuais: problemas financeiros, falta de apoio familiar ou social e experiências anteriores de transtornos emocionais, podem aumentar a vulnerabilidade da mãe.
- Mudanças nas Relações: um bebê altera as dinâmicas familiares e sociais, gerando insegurança e ansiedade para a mãe.
Quais os sinais e sintomas do baby blues?
O baby blues é caracterizado por diversos sinais e sintomas que incluem uma variedade de reações emocionais e físicas, como:
- Choro fácil;
- Sensação de melancolia ou tristeza;
- Alterações do humor;
- Sensação de ansiedade;
- Irritabilidade e mau humor;
- Inquietação;
- Insônia;
- Alterações no apetite;
- Dificuldade de concentração.
Tristeza, insônia e alterações de humor
O baby blues costuma causar sintomas muito característicos em mães na fase do puerpério: irritabilidade, insônia, ansiedade, tristeza excessiva e vontade de chorar com frequência, alterações de humor, falta de libido, falta ou excesso de fome, insegurança e autodepreciação são algumas das sensações mais comuns nas mães que sofrem com a melancolia pós-parto.
O pensamento de que não conseguirá dar conta da criança em alguns momentos também é muito comum nessa situação, com frequentes pensamentos de desespero e desesperança.
Quanto tempo dura um baby blues?
Os sintomas costumam surgir entre o 2º e o 3º dia após o nascimento do bebê e tendem a se resolver espontaneamente sem a necessidade de tratamento específico. Embora a duração típica seja de até duas semanas, algumas mulheres podem experimentar sintomas que se estendem por até 30 dias.
No entanto, se os sintomas persistirem além desse período ou se tornarem mais intensos, pode ser um sinal de que a mulher está desenvolvendo uma depressão pós-parto, que requer atenção médica e tratamento adequado.
Rede de apoio é fundamental para superar o baby blues
Com os hormônios ainda em grande desajuste e uma rotina nova, cansativa e intensa, fica muito difícil para a mãe sair de uma melancolia pós-parto sozinha. Nesse momento, é imprescindível uma rede de apoio, seja do companheiro, da família ou de amigos para acompanhar a mãe no processo de cuidados com os filhos e consigo mesma.
Pedir ajuda também é muito importante: não fazer tudo para o bebê não significa que você seja uma mãe relapsa ou ruim, apenas humana. Em casos mais intensos, se sentir necessidade, o apoio psicológico poderá ser fundamental para que a mãe se recupere.
Conclusão
Você já conhecia o termo baby blues? Como vimos, essa breve fase da vida pós-parto da mãe, é um período natural pelo qual muitas mulheres passam, vivenciando uma grande instabilidade emocional, em combinação com um considerável estresse físico após o parto.
Durante o baby blues, que se inicia nos primeiros dias após o nascimento do bebê e dura em média duas semanas, as mães vivenciam sentimentos de tristeza, períodos de insônia e alterações de humor que comprometem a sua qualidade de vida e dificultam a adaptação inicial da maternidade.
Com o tempo, esses sentimentos devem se dissipar, à medida que a mãe se acostuma com as novas mudanças e a realidade dessa nova vida, evidenciando a necessidade sempre grande de contar com uma boa rede de apoio familiar.
As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde para receber orientações individualizadas.
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